top of page

19 de Junho de 2017 Entrámos nas dependências de Sacatar de noite - uma noite de Inverno tropical, suave e quente. Tínhamos atravessado durante uma hora de Ferry a Baía de todos os Santos, de Salvador até ao Bom Despacho em Itaparica. Apesar da noite quente, em cima, no Deque, a aragem era fresca. Envolvidos pelos únicos pulôveres que haviam trazido, felizes, curiosos e cansados, os cinco novos residentes de Sacatar, ainda estafados pelas longas viagens que cada um fizera de diferentes pontos do globo, debruçavam-se agora silenciosos sobre a balaustrada do barco, absorvendo tudo: as gotas minúsculas de água salgada trazida pelas ondas, a distância até ao horizonte, agora em forma de mar; os novos odores e sons; o contacto da nova terra com a pele e com os sentidos. (...) Os dias de Sacatar ficariam inesquecíveis! (...) Teresa Crawford Cabral Junho 2017 (dos "Diários inéditos - Dias de Sacatar")

SACATAR FOUNDATION  -   ITAPARICA / BAHIA

IIn 2017, I won a scholarship from the Sacatar Foundation, Bahía, Brazil / Pasadena USA, and two-month participation in the Artist Residence Program in Itaparica
I would like to thank Taylor von Horn, the Founder, Augusto Albuquerque, the Manager, the entire staff of Sacatar and my 5 colleagues. It was an unforgettable and wonderful experience - Thank you  Sacatar !

31 de Julho de 2017 (...) A manhã era clara, sem chuva. Nesta época há bastantes chuvas na Bahia. Elas vêm de repente, mas também de repente se vão. Não me incomodam nada estas chuvadas. Em molhando, refrescam. Pouco depois volta o sol e logo a roupa seca no corpo. O calor aqui é constante. Temperaturas acima dos 24 graus estão garantidas mesmo no Inverno. Entre os baianos, há francamente quem se queixe do frio. Eu deveria comparecer em casa de Dona Iracy, entre as oito e meia e as nove, porque a comunidade religiosa arrancaria para a Mata dos milagres por volta dessa hora para as oferendas. Mas não queria perder o pequeno-almoço que a Dete prepara para as oito horas. Os pequenos-almoços em Sacatar são opíparos: há muita fruta tropical, Mangas, papaias, abacaxis, enormes maracujás amarelos e suculentos. Há Pão caseiro feito pela Dete: pão recheado com ameixa, pão de lentilhas, pão de orégãos. Há ainda os bolos: cuscuz de tapioca, mingau de milho. Há os sucos: suco de açaí, de caju, de umbu, cajá, tamarindo, graviola, cupuaçu, manga, acerola, mangaba, goiaba. Há banana cozida. Tudo delicioso e muito bem arranjado debaixo de campânulas porque os passarinhos andam por ali dentro de casa, esvoaçando entre o terraço e o pátio, e podendo, servem-se também das iguarias. Tomei o café rapidamente e servi-me de fruta. Os outros residentes ainda dormiam. Eu estava só, quase só – por breves momentos tive a curta visita do pavão, seguido a respeitosa distância pelas 4 pavoas. Passeavam sempre pela sala de jantar. Mas só a atravessavam, como se fosse parte de um trajecto identificado e repetido. Faziam-nos duas visitas por dia. A hora era variável. Como sempre, não deram troco à minha tentativa de conversa. (...) Teresa Crawford Cabral Julho 2017 (dos "Diários inéditos - Dias de Sacatar")

bottom of page